A Igreja do Nazareno é parte da Igreja Cristã, protestante, e de linhagem Wesleyana. Esta afirmação nos leva a atenção a elementos chaves de nossa identidade.
Primeiro, a Igreja do Nazareno é uma Igreja Cristã. Isto pode parecer óbvio, mas é o fundamental ponto de partida. As primeiras palavras do nosso manual declaram que a Igreja do Nazareno, desde o seu início, confessa ser um ramo da “única Igreja Santa, Universal, e Apostólica”. Aceitamos e endossamos os credos, redigidos nos primeiros séculos da história da Igreja Cristã, como expressões da nossa fé e identidade.
Isto significa que a Igreja do Nazareno abraça como sua, a história daqueles redimidos pela graça, por meio do Senhor Jesus Cristo, através dos séculos. Assim, nossa genealogia começa descrita no Antigo Testamento, destaca-se no Novo, e prossegue por toda a história, e acompanha todos os crentes fiéis, espalhados por todo o mundo.
A Igreja do Nazareno sabe que tem uma missão especial, dada por Deus. Entretanto, para compreendê-la procura arraigar-se, firmemente, dentro da extensa corrente de fé e prática do cristianismo, abalizado pelo ensino das Sagradas Escrituras.

 

A Igreja do Nazareno é uma Igreja Protestante. Isto significa que seu caráter é nitidamente forjado pela Reforma Protestante, do século XVI. Neste amplo movimento de restauração da Igreja Cristã, vários pontos doutrinários, cruciais foram resgatados.
Reafirmou-se que a Bíblia é a autoridade final da definição de nossos postulados. A salvação é uma dádiva da graça de Deus, não uma conquista humana, por meio de boas obras. Os nazarenos se encontram entre aqueles que acreditam que Deus oferece sua graça a todas as pessoas. Todos podem ser alcançados pela redenção. Todos os crentes têm o privilégio e a responsabilidade de atuar como “sacerdotes” (Sacerdócio Universal), relacionando-se com Deus pela mediação do Senhor Jesus Cristo.
A Igreja do Nazareno abraça cada um desses princípios da reforma, e junta-se a outras denominações que preservam o mesmo legado. Isto está refletido nos artigos de Fé de nosso manual, no perfil de nossas congregações locais, e no testemunho dos crentes.

 

A Igreja do Nazareno é marcada, em sua identidade, pela herança Wesleyana. O avivamento do século XVIII, impulsionado por John e Charles Wesley, foi parte de um movimento maior, de abrangência mundial, que fomentou uma renovação espiritual, a partir da Igreja da Inglaterra.
Entre as contribuições distintivas do avivamento wesleyano, está a ênfase na experiência pessoal com o Espírito Santo; na importância da santificação dos crentes, ou seja, no crescimento espiritual, gradual rumo à semelhança de Cristo. A busca pela santidade foi o aspecto central na composição de grandes, médios e pequenos grupos de comunhão, que John Wesley organizou por toda a Inglaterra e além. Mais tarde, esses grupos desenvolveram-se institucionalmente, dando origem a Igreja Metodista. Esta, logo se espalhou por várias partes do mundo, especialmente pela América do Norte.

 

Finalmente, a Igreja do Nazareno é uma Igreja de “Santidade”. Nossa Igreja cresceu em meio a focos de avivamento, nos Estados Unidos, na Segunda metade do século XIX. O anseio por uma vida incorrupta aqueceu o coração de inúmeros crentes, metodistas e outros. Retiros especiais em áreas rurais, e trabalho missionário arrojado, foram evidências de um extraordinário despertamento.
Eventualmente, as fronteiras denominacionais foram transpostas. Isso resultou na formação de algumas igrejas independentes, cuja caracterização básica era o apego à santidade ética e comportamental. Os membros dessas igrejas vieram de grupos de diferentes posições teológicas: metodistas, batistas, presbiterianos e outros.
O fundamento da Igreja do Nazareno foi edificado pela união de vários destes grupos independentes. Essas junções ocorreram, periodicamente desde 1890. Em 1908, ano chave no processo de união, alguns adicionamentos vitais aceleraram o processo, que culminou na fundação oficial da Igreja. Ao longo da história recente, outras incorporações ainda têm ocorrido.
A Igreja tem se expandido mundialmente, devido a programas missionários vigorosos. Isto a projetou, como uma Igreja de visão global, que ministra em mais de cento e cinqüenta diferentes países. A Igreja do Nazareno, como outras denominações, têm seu próprio “ramo” na grande “árvore genealógica!” da Igreja Cristã. Como nazarenos, não deixamos de proclamar, que no centro unificante, no tronco, está o Senhor Jesus Cristo, o Senhor da Igreja Universal, dos primogênitos arrolados nos céus.

 

A Igreja – Pioneirismo Determinante

 

O Rev. Denton com sua família assumiram o pastorado da Igreja Central de Campinas em 1962. Ele possuía dons peculiares. Dono de uma personalidade envolvente e uma capacidade fora do comum para improvisar, fez dos primeiros dias da nova igreja na Av. Francisco Glicério, no novo templo, um ponto de evangelismo raro. Pessoas chegavam com o culto já em andamento, para ouvi-lo, depois de terem participado de cultos em suas igrejas.

O Rev. Denton com sua família assumiram o pastorado da Igreja Central de Campinas em 1962. Ele possuía dons peculiares. Dono de uma personalidade envolvente e uma capacidade fora do comum para improvisar, fez dos primeiros dias da nova igreja na Av. Francisco Glicério, no novo templo, um ponto de evangelismo raro. Pessoas chegavam com o culto já em andamento, para ouvi-lo, depois de terem participado de cultos em suas igrejas.
Cheguei à Igreja do Nazareno, em setembro de 1963. Fiquei debaixo de sua influência por pouco tempo, pois em junho de 1964 ele voltava aos Estados Unidos. Na verdade, de forma embrionária, meus primeiros passos foram dados no seu pastorado e em meio à sua família. Lembro-me que a primeira oração de ação de graças por uma refeição eu ouvi em volta de sua mesa e minha primeira visita “pastoral” foi realizada ao lado de Dona Sara que convidou-me a acompanhá-la à casa de um membro da igreja que sofria de câncer.

 

Em 1964 a igreja era pastoreada pelo Rev. Jaime Kratz que literalmente adotou-me como filho. A maior influência na minha formação espiritual foi do Pastor Jaime, assim chamado carinhosamente por nós, seus filhos no ministério. Jaime e Carolina Kratz possuíam dons diferentes. Ele tinha mais habilidade de relacionamento com os homens e jovens. Dona Carolina, incomparável, especialmente no trato com as moças, discipulou Lúcia, minha esposa, fruto
direto de seu ministério.

 

O Dr. Mosteller e Dona Gladys retornaram dos Estados Unidos para reassumir a liderança do campo. Em nosso primeiro encontro, quando de sua festa de recepção, o Dr. Mosteler perguntou-me: “Quem é você, por acaso veio da Igreja Batista?” Respondi-lhe com franqueza. “Meu nome é Aguiar e vim da Igreja Católica”. Entre nós até hoje, existe uma relação de gratidão, carinho e profundo respeito. Por duas vezes os trouxemos de volta para visitar a igreja.

 

Rev. Gates e Dona Joana, assumiram o pastorado da Igreja Central em 1966. Meu ministério era entre os jovens e ministrava às crianças. Rev. Gates possuía o Dom da misericórdia. Era impossível não ficar melhor, passando algum tempo com ele. Dona Joana dava um toque fino na música da igreja. A Igreja Central atingiu seu auto-sustento no ministério do Rev. Gates.
Narro estes fatos, na expectativa de que fixemos nossa história e identidade. A implantação da Igreja do Nazareno Central de Campinas foi feita através de homens dignos e santos, que viveram e alguns já morreram (Kratz e Denton), honrando a fé que nos ensinaram.
Eles doaram vida, inteligência, juventude, alegria, e seus filhos ao Senhor da Igreja. E VOCÊ, o que vai doar para vermos uma igreja solidificada no futuro?